E porque não?
Durante muitos anos regi-me por um calendário ligeiramente diferente do actual.
O ano começava em Setembro.
Depois de umas longas férias, iniciava-se o ano escolar no fimzinho do Verão já quase a entrar o Outono.
Era a correria para comprar os cadernos, os lápis, as canetas, a mochila.
Tudo tinha de estar impecável.
O cheiro a novo inundava-me o quarto e nada me fazia sentir mais feliz.
Pensava nos amigos que iria rever, nas saudades que ia matar.
Era uma verdadeira emoção.
Conhecer professores.
Saber quem iria ser o meu ou a minha colega de carteira.
Ver o horário.
Fazer planos para as horas vagas.
E traçar objectivos para mais um ano de estudo.
Era um ritual!
Repetido durante muitos anos.
Nestes últimos três anos, o ritual mudou.
O ano começa mesmo em Janeiro.
Altura de renovar esperanças para um ano mais forte, com mais vendas e com mais lucros.
Os melhores meses são o de Julho e o de Novembro, os meses dos subsídios. :)
Os meses onde se sai do sufoco se não nos metermos em grandes aventuras.
A verdade é que a partir de determinada altura tudo roda à volta de números.
A emoção é vivida de maneira diferente e por motivos bem diferentes.
A semanada passa a ser salário.
As bolachas que comprava no café da esquina passam a ser contas e mais contas para pagar.
Os professores passam a ser chefes.
E aqueles dias todos de férias resumem-se a 25.
Perdemos umas coisas e ganhamos outras.
O curso natural da vida...
Hoje deu-me saudades de outros tempos, deu-me vontade de recuar nesse curso natural da vida e voltar a sentir outras emoções. Voltar a sentir o cheiro dos livros novos, voltar a abraçar amigos, voltar a sentir o sabor dos intervalos por mais curtos que fossem e voltar a escrever nas páginas do meu diário.
E porque não? :)
Este blog está preparado para iniciar o ano lectivo 2006/2007.
Venha daí o Setembro que eu gosto tanto.
Ler mais!