O dia amanheceu feio. Cinzento e muito chuvoso.
Tentámos sair o mais cedo possível de casa, mas a hora estipulada nunca é cumprida.
A verdade é que até hoje nunca tínhamos tido problemas, algumas aflições mas que logo se dissipavam.
Chegávamos à estação sempre antes da hora e ainda com tempo para trocar umas beijocas.
Mas hoje o dia amanheceu feio e isso, na maior parte das vezes, significa mais carros na rua e mais confusão. Filas de carros parados com motivo ou sem razão aparente, mas filas.
Depois de um primeiro susto que conseguimos evitar à entrada da Via Norte, chegamos a outro que não havia volta a dar.
Encaramos a fila. Começamos a ver os minutos a passar.
Cheguei a temer o pior.
Mas depois de passarmos o camião que tinha deixado cair a carga que ocupava quase toda a auto-estrada e que tinha também levado um carro à frente, a esperança voltou.
Prego a fundo a entrar na VCI e a rezar que os minutos tivessem mais de sessenta segundos.
Uma pequena travagem a passar o radar e voltamos a
rezar: semáforo verde, semáforo verde, semáforo verde. :)
E o semáforo estava verde!
Que semáforo poderoso! (quem conhece o semáforo, percebe o que eu estou a dizer...)
Parei na entrada de trás da estação de Campanhã e o comboio ainda lá estava parado. Eram 8:52.
O miúdo agarrou na mala, furou entre a multidão e conseguiu apanhar o raio do comboio.
Graças ao semáforo verde e à senhora que também tinha chegado atrasada e que reteve o comboio os segundos necessários.
Desta vez, não houve despedidas nem beijocas, mas o sentimento de dever cumprido.
Ahahahahahahah!
A não repetir! :)
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